O romance Oiteiro: memórias de uma sinhá-moça (2003), escrito por Magdalena Antunes ocupa lugar de destaque no espaço literário potiguar por compor a primeira obra memorialista de autoria feminina. Suas páginas narram o cotidiano, os hábitos e os costumes das famílias potiguares, a partir do Engenho Oiteiro, no Vale de Ceará-Mirim. A narrativa é um registro histórico do período no qual viveu a escritora, entre fins do século XIX e primeiras décadas do século XX. Este trabalho analisa a recepção de Oiteiro no cenário literário potiguar da década de 50, bem como os elementos narrativos e culturais utilizados pela escritora para representar os personagens negros presentes no romance. Metodologicamente a pesquisa desenvolveu-se com base em produções bibliográficas acerca da romancista, do negro e suas representações nas literaturas brasileira e potiguar. Considerando os respectivos contextos históricos e sociais, o percurso traçado permite observar se o estigma de negatividade ou a invisibilidade negra, comum na literatura brasileira, são refutados ou confirmados pela autora. Por fim, é proposta uma sequência didática para leitura e discussão da obra em sala de aula.