MARIZ, Josilene Pinheiro et al.. . Anais VI ENLIJE... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/26153>. Acesso em: 23/11/2024 17:52
A literatura infanto-juvenil pode estimular o imaginário do leitor, levando-o a vivenciar as mais diversas experiências. Seja com a temática voltada para esse universo ou com seus personagens, a literatura africana traz um enorme conjunto de possíveis questões para se trabalhar em sala de aula, sobretudo, quando visualizamos a Lei 10.936 que torna obrigatório o ensino da cultura africana e afro-brasileira. Assim, como pode o professor de uma língua estrangeira, atender a tal orientação federal? Encontramos respostas no continente africano, uma vez que ali estão presentes diversas línguas europeias, como o francês, espanhol, inglês. Por esse prisma, o romance “Allah n’est pas obligé”, do escritor costa-marfinense Amadou Kourouma (2000) é um rico acervo de relatos (quase) reais para serem trabalhados com jovens leitores da língua francesa. Logo, nestas reflexões, buscamos atender à Lei brasileira, mas, muito especialmente, trabalhar temáticas presentes no romance como a orfandade, a guerra e, particularmente, o uso de drogas entre crianças, como no caso da personagem Birahima, um garoto de apenas 10 anos de idade que, como outras crianças daquele universo são obrigados a usar psicoativos como haxixe para se manterem atentos como crianças-soldados, posto ser esse o principal foco da narrativa. Discutiremos fundamentalmente, o papel despersonificante das drogas na infância, trazendo essa realidade para a sala de aula de ensino de língua/literatura francesa, com base em Moreau (2014) e Naturel (1995). Dessa forma, ressaltamos a atualidade da obra literária, além de seu intenso caráter humanizador (CANDIDO, 2006) na formação social do jovem.