INTRODUÇÃO: O envelhecimento gera um processo de alterações físicas, e fisiológicas que produz uma diminuição no desempenho do sistema orgânico e, com isso uma diminuição da capacidade funcional e dificuldade para a inserção social do idoso. OBJETIVO: Descrever as mudanças ocasionadas por alterações da capacidade funcional na inserção social a partir da visão dos idosos e familiares. METODOLOGIA: Estudo descritivo, qualitativo orientado por princípios etnográficos, realizado em município do sertão potiguar, de março a agosto de 2010. Os sujeitos foram 10 idosos domiciliados e 09 grupos familiares formados por seus parentes mais próximos. O trabalho teve parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da UFRN sob o protocolo nº 155/09. Para coleta das informações, utilizou-se a observação, a entrevista e o diário de campo. As conversas foram gravadas com autorização, por meio de um dispositivo de gravação de voz, transcritas e analisadas pela técnica de análise de conteúdo temática. RESULTADOS: O dia a dia de uma pessoa idosa varia de acordo com a sua condição de saúde, sua autonomia e capacidade funcional. Quanto melhor sua condição de saúde e manutenção da capacidade funcional, mais independente é o idoso e menos mudanças ocorrem na rotina diária, em relação ao período da juventude. O mesmo ocorre em relação às interferências sobre a rotina dos familiares e o contexto social em que estes se inserem. Esse resultado originou-se das falas dos participantes e definiu o eixo temático: “mudanças no dia a dia da família e da pessoa idosa” e dele surgiu à categoria empírica “rotina da pessoa idosa”. Dessa categoria, surgiram três subcategorias ressaltadas pelos familiares e idosos: a busca da juventude através de lembranças do passado; mudanças relacionadas à capacidade funcional refletindo na inserção social do idoso; sofrimento relacionado à realidade atual resultante do processo do envelhecimento. CONCLUSÃO: Este estudo possibilitou descrever as categorias empíricas relacionadas à mudança na capacidade funcional do idoso e com a sua inserção social a partir dele próprio e de seus familiares. Essa aproximação sociocultural permitiu uma imersão no contexto da família e do usuário idoso, sendo-lhes significativo para o aumento da autoestima. Tais resultados indicam importância social e a partir dessa informação é possível nortear a realização de ações e do cuidado específico às necessidades de cada um.