Introdução: Atualmente o Brasil tem enfrentado um processo de transformação na sua demografia, passando de um país considerado jovem para um país em processo de envelhecimento. Dessa forma, surgem diversas problemáticas que permeiam a população idosa, e uma delas é a forma pela qual esta lida com as perdas familiares. Nesse sentido, é possível perceber que o idoso enfrenta de forma peculiar o processo de luto, que é definido como um conjunto de reações diante de uma perda, devendo assim, ser valorizado e acompanhado, como parte da saúde emocional. Objetivo: Destacar a importância do processo de luto na saúde emocional do idoso. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, no qual utilizamos para a busca os descritores do DeCS: luto e idoso, inseridos na base de dados da BVS. A partir da pesquisa, obtiveram-se dezessete artigos, dos quais, após utilizar os critérios de inclusão idioma português, texto completo e ano de publicação de 2008 a 2012, foram encontrados sete trabalhos. Após a leitura destes, foram selecionados três artigos que atendiam ao objetivo do estudo. Resultados: Os três artigos selecionados demonstraram que a senilidade é permeada por diversos sentimentos de perdas, que são expressas no processo de luto. Um dos artigos evidencia que as perdas vividas na velhice estão relacionadas não apenas à morte real de familiares, mas também, ao corpo, ao fim das relações de trabalho e ao relacionamento social e familiar. Logo, é válido destacar que ao lidar com essas perdas, o idoso lida inevitavelmente com a morte, e vivencia o processo de luto. Um segundo autor destaca, ainda, que o luto pode representar um processo de grande impacto no idoso, uma vez que traz consigo perdas pessoais e sociais. Nesse sentido, a perda de parentes próximos, em especial, do cônjuge ou de um filho, caracteriza sentimentos de grande pesar para o idoso, pois no primeiro caso, o mesmo sente falta do seu companheiro, passando a expressar sentimentos de solidão; já no caso da perda de um filho, o sentimento está relacionado à culpa de viver mais que o mesmo. O terceiro artigo, afirma que existem evidências associando o luto em idosos a um maior risco de transtorno mental, a um maior número de enfermidades de saúde geral, bem como a mortalidade aumentada. O referido estudo demonstrou que os enlutados apresentaram maior intensidade de depressão, o que era proporcional à intensidade do luto, além disso, a percepção subjetiva do idoso de disfunção cognitiva era proporcional a intensidade do luto e da sintomatologia depressiva. Conclusão: A partir dos estudos realizados, e compreendendo que a saúde é caracterizada como situação de perfeito bem-estar físico, mental e social, foi possível compreender que o luto afeta diretamente a saúde do idoso, uma vez que o mesmo passa a apresentar sinais de tristeza e solidão diante das perdas. Portanto, é indispensável que os profissionais de saúde estejam aptos a lidar com a situação, atentando para a forma pela qual o indivíduo enfrenta tais perdas, e buscando ajudá-lo quando necessário.