O presente trabalho apresenta o relato de uma experiência de extensão universitária articulada a uma ação continuada de uma escola privada de educação infantil e ensino fundamental, localizada em um bairro de classe média, na zona norte do Rio de Janeiro. As ações que problematizaremos referem-se às itinerâncias da ação de extensão do Cine Geni, que busca conhecer e potencializar a produção espaços-tempos de interlocução sobre gênero e sexualidade nos cotidianos escolares. A experiência em tela está ligada à uma iniciativa da escola que convoca mães/pais, responsáveis e interessados(as) nas temáticas educacionais. Nossa parceria associa-se a discussões relacionadas à demanda de gênero e sexualidade dentro dessa ação da escola. As problematizações desse relato articulam-se a oferta dos filmes Tomboy e A garota Dinamarquesa, produções escolhidas por mães/pais e/ou outros/as responsáveis e a direção escolar. Os pressupostos teórico-metodológicos que definem essa proposta articulam teorizações feministas e queer e metodologias participativas de intervenção/formação. Nossos resultados apontam que o espaço-tempo de problematização através do cinema e na experiência de uma discussão participativa criam possibilidades de reconhecimento de currículos praticados em perspectivas que promovem a participação de diferentes atores sociais no processo educativo, bem como implicadas com as demandas e o respeito às diferenças. Com o intuito de ampliar os espaços de discussão sobre esta temática, compreendemos que a comunidade escolar amplia suas margens de liberdade, oferecendo a alunas e alunos perspectivas mais amplas e menos sujeitas a discursos normativos e preconceituosos, contribuindo, assim, para uma sociedade mais justa e mais igualitária.