Este artigo propõe, a partir do diálogo com as bases legais para o Ensino Religioso no Brasil, questionar a existência do proselitismo religioso nas escolas públicas municipais de Recife e suas possíveis implicações no processo de implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08, quanto à educação das relações étnico-raciais e o respeito à justiça religiosa num país laico. O contexto dessa observação se dá no processo de formação continuada de professoras/es da Educação Municipal do Recife. Sabemos que, a presença de questões relativas à religiosidade não se dá apenas no universo do componente curricular Ensino Religioso, elas ocorrem nas relações de alteridades e nas rotinas das instituições educativas, acarretando uma diversidade de dúvidas e algumas dificuldades. Como dialogar sobre essas questões sem ferir a laicidade da educação? A consolidação de uma educação laica, verdadeiramente, pressupõe a discussão acerca do racismo religioso e na educação das relações étnico-raciais, com cumprimento da LDB e a implementação da História e Culturas Africana, Afro-brasileira e Indígenas e o desafio de tamanha envergadura pressupõe adentrar nesse processo de desvelamento cultural, desanuviamento histórico e o diálogo dessas alteridades, sempre respeitando as dificuldades apresentadas pelas/os professoras/es.
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