A capacidade de aprender é caracterizada como um processo contínuo, ativo, dinâmico e integrado através do qual o indivíduo adquire conhecimentos e se torna capaz de interagir com o mundo em diferentes cenários e situações. Cada indivíduo apresenta uma forma de estudo e sua própria maneira de aquisição de conhecimento, sendo necessário considerar os diferentes estilos de aprendizagem na elaboração de metodologias de ensino, bem como avaliar as dificuldades enfrentadas pelos alunos no processo de aprendizagem de forma a buscar alternativas e métodos para superá-las tornando o aprendizado mais efetivo e proporcionando condições iguais de aquisição aos alunos (ALVER, et al., 2013; BECKER, 2013; FERNANDES, et al., 2015). Neste sentido, este trabalho apresentará os primeiros resultados de uma pesquisa ainda em andamento realizada na Universidade Federal de Campina Grande que visa analisar a compatibilidade entre os métodos e estilos de ensino dos professores e os estilos de aprendizagem dos alunos dos cursos de graduação do Centro de Educação e Saúde, Campus Cuité. A pesquisa inicial foi realizada com alunos do curso de Farmácia, onde foi analisado a relação professor-aluno e ensino-aprendizagem na visão do discente, e para a identificação dos estilos de aprendizagem foi utilizado a adaptação do instrumento específico para alunos de farmácia, o Pharmacists’ Inventory of Learning Styles (PILS) desenvolvido e validado por Austin em 2004. O desenho do estudo foi observacional, descritivo e transversal. Os alunos preencheram um questionário contendo 10 questões de auto relato, documento elaborado pela autora juntamente com a orientadora para identificação do perfil dos alunos. Também foi aplicado o questionário PILS composto de 17 questões, onde pode-se dividir os alunos em quatro tipos de acordo com Austin, 2004: acomodadores, assimiladores, convergentes e divergentes, avaliando o estilo de aprendizagem dominante e secundário. Com base nos resultados obtidos e analisados por meio do questionário de auto relato, foi observado que a maioria dos estudantes de farmácia são do sexo feminino, se encontram na faixa etária de 21 anos, 50,0% estudaram em escolas públicas e maior parte dos alunos não participam de um programa institucional. Com questionário PILS, foi possível concluir que o estilo de aprendizagem predominante dos alunos de farmácia é o assimilador (53,3%), ou seja, aprendem refletindo, ouvindo, observando e criando teorias e ideias, onde o professor deve exercer o papel de especialista. O estilo secundário de aprendizagem foi o divergente (35,0%), onde os estudantes aprendem relacionando o conteúdo a vivência, através da experimentação e criando ideias e teorias. Fato que vai de acordo com o questionário de auto relato, que demostrou o interesse dos alunos por professores mais dinâmicos e motivadores. Esses resultados demostram que se faz necessário ser feito o mesmo estudo com os docentes do CES, buscando analisar a compatibilidade entre os métodos de ensino dos professores e se esses métodos vão de acordo com os estilos de aprendizagem dos alunos apresentados neste trabalho.