A prática de ensino de línguas, especialmente de língua estrangeira, para alunos deficientes auditivos institui uma questão aos professores e pesquisadores com intuito de delinear estratégias pedagógicas que possibilitem minimizar a questão estabelecida. É certo que, antes de qualquer estratégia pedagógica, é cabível pensar e teorizar a respeito de uma concepção de língua, de linguagem de sujeito e de deficiência auditiva para que se possa fundamentar tais práticas pedagógicas. Nesse sentido, questiona-se: como é desenvolvida a proposta de ensino de língua estrangeira “inglês” para alunos deficientes auditivos? E estes estão inseridos em práticas escolares reais e concretas que evidenciem o funcionamento de linguagem? Isto posto, este trabalho tem por objetivo analisar a proposta de ensino de língua inglesa para alunos deficientes auditivos em sala inclusiva. Os materiais foram coletados através de observações de aulas de língua inglesa, em uma escola pública estadual, na cidade de Iguatu-CE. Os dados foram analisados respaldados nos referenciais teóricos de Coracini (2007, 2003). Evidencia-se que a prática de ensino de língua estrangeira está calcada em uma proposta teórica que não possibilita funcionamento de linguagem, pois os alunos ainda são levados a realizarem cópias e exercícios gramaticais descontextualizados, por conseguinte prevalecendo assim uma atividade mecânica. Os resultados apontaram ainda que há impasses na função assumida pelo intérprete de Libras e pela professora, pois há momentos que aquela assume função de professora do aluno deficiente auditivo e esta assume a função de professora do aluno ouvinte.