SALES, Rodrigo Viana. Modernidade, desencantamento e infância. Anais III CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/21425>. Acesso em: 23/12/2024 00:27
Parto de uma reflexão sobre o papel da racionalidade na Modernidade, chegando aos dias de hoje. Diante de algumas pistas deixadas por Max Weber, percebe-se que a secularização e racionalização é consequência e provocador do desencantamento do mundo e este, por conseguinte, gerou um tipo de educação, de escola, de infância, de sujeito moderno. Portanto, levando em consideração o processo de secularização que o Ocidente foi submetido e tomando por empréstimo o conceito desencantamento do mundo, percebe-se que este radicalizou a fragmentação do humano hierarquizando e por vezes invisibilizando algumas de suas potências que não estivessem estritamente ligadas à produção, à racionalização, ao cálculo, nesse contexto, a imaginação, a poesia, a ludicidade, a magia acabam sendo diminuídas e fazendo com que o homem moderno seja guiado quase exclusivamente pelo paradigma da racionalidade científica. Diante do exposto, esse trabalho trata-se de uma pesquisa em andamento que teve como objetivo principal entender a construção do sujeito moderno, passando por sua educação escolar, pela seu contexto enquanto sujeito infantil e seu caráter de produto/produtor da Modernidade. A pesquisa bibliográfica foi o caminho escolhido para a investigação e como resultado parcial percebemos a emergência de investimos num novo projeto de sociedade e educacional que atenda nossa unidualidade antropológica. Contudo, ainda de maneira preliminar e passível de aprofundamentos, o que se percebe é que a “ditadura da racionalidade moderna” mediada pelos profissionais da educação, tenciona para transformar o lúdico em mais um mecanismo de uma educação exclusiva para racionalidade, deixando o imaginário como coadjuvante, o que nos demais níveis de ensino, paulatinamente vai se tornando cada vez mais característico. O brincar limita-se no representar, categorizar, identificar, conceituar e reproduzir, ao invés de criar, fantasiar, imaginar, poetizar, encantar e divertir.