Principalmente a partir de 2013, após a criação da Secretaria de Transportes e Trânsito (STT) – cujo organograma contempla o setor de Educação para o Trânsito – passou a existir por parte das autoridades municipais o entendimento de que só através da educação é que problemas nas áreas da saúde, segurança e comportamento no trânsito poderiam ser minimizados e/ou solucionados. Não obstante, a educação para o trânsito nunca esteve, de fato, inserida no currículo escolar. Sobretudo porque, na maioria das vezes, são agentes de trânsito que costumam orientar os estudantes em campanhas pontuais.
É importante afirmar que muitos estudiosos da área e o próprio Código de Trânsito Brasileiro (CTB) orientam sobre a existência de inúmeras possibilidades de se abordar a temática do trânsito no âmbito escolar e que isso deve ser feito, primordialmente, por docentes dentro da educação básica. Deste modo, sentimos a necessidade de superar os desafios de atrelar as temáticas do trânsito ao currículo, através do processo de ensino-aprendizagem. Para isto, estamos em fase de desenvolvimento de um projeto-piloto na rede pública municipal de educação de Olinda-PE, intitulado Professor Amigo do Trânsito, em parceria com o DETRAN/PE.
Através de intervenções pedagógicas (oficinas, aulas e palestras), realizamos um trabalho com algumas escolas e, por julgarmos significativo, resolvemos socializá-lo e provocar algumas reflexões a partir deste trabalho. Acreditamos que, assim, estaremos contribuindo para o enriquecimento do ensino e da aprendizagem, bem como para a possibilidade de se mostrar que é possível fazer um trabalho significativo desta natureza no ambiente escolar.
Durante a execução do projeto, pudemos constatar o alcance de nosso principal objetivo, que é introduzir a temática do trânsito no currículo escolar, através do diálogo com os conteúdos programáticos das disciplinas dos anos iniciais do ensino fundamental. Além dele, e como consequência do mesmo, conseguimos proporcionar a aquisição de valores e manifestações de comportamento, por parte dos estudantes, que contribuem para o bom exercício da cidadania e para o respeito à vida. Para isso, um dos primeiros passos foi a realização de ações pedagógicas profícuas, de modo a promover uma educação para o trânsito no cotidiano da escola e, mais especificamente, da sala de aula.