A curiosidade é, também, uma característica humana. Está presente e move diferentes expressões do conhecimento, influenciando aspectos da nossa forma de conhecer e nos perguntar sobre o mundo. Um exemplo disso são os métodos pelos quais as ciências constroem seus conhecimentos e a forma pela qual as crianças fazem perguntas sobre o mundo. Expressões com características de rigor e intencionalidade muito distintas, mas que, a sua maneira, podem utilizar a observação, o questionamento, a problematização, a formulação de ideias iniciais, os testes e os resultado em sua busca de uma conclusão. Se a curiosidade é uma característica tanto das ciências quanto do pensamento investigativo das crianças, por que a educação científica não privilegia essa força motriz para desenvolver atividades? Por que situações como descritas por Edgar Morin, na qual a escola frequentemente extingue a curiosidade, são comuns? Necessitamos de indivíduos ativos, seja em qualquer área que ele esteja atuando. A problematização dessa temática foi foco de pesquisa de conclusão de curso, que teve como meta refletir e lançar bases teóricas para problematizar a formação de pessoas que se permitem andar por caminhos incertos, bifurcações, descobrir o não conhecido e questionar o que não sabem. É nessa direção que propomos, no presente artigo, trabalhar eixos teóricos e reflexivos sobre as possibilidades de reintroduzir a curiosidade na educação básica, utilizando como ferramenta ou porta de entrada o ensino de ciências.