Este trabalho constitui-se como um relato de experiência a partir de três aulas de campo no Acampamento José Maria do Tomé situado no território da Chapada do Apodi/CE. Elegemos como objetivo central compreender os modos de organização comunitária por meio do trabalho coletivo e a importância da atuação dos Movimentos Sociais nestes espaços. Buscamos ainda elencar as relações entre a Educação do Campo no Brasil e suas interfaces no processo de luta pelo território, entendendo este como campo de ação e poder. No lastro das reflexões sobre a Educação situamos a Educação do Campo como um paradigma atentando ao fato de que os paradigmas não podem ser compreendidos como entidades metafísicas e deste modo são produto das condições materiais e do tempo histórico onde se encontram inseridos. O avanço das fronteiras agrícolas tem sido cada vez mais presente no campo brasileiro a exemplo de grandes produções de monoculturas configuradas pelo agronegócio. No entanto, este avanço depara-se com iniciativas de resistência protagonizadas pelos Movimentos Sociais, que defendem um modelo de produção pautado nos princípios da agroecologia respeitando o homem e a mulher do campo, a terra e as relações de trabalho justas. Com base no método histórico dialético realizamos inserção na literatura pertinente buscando movimentar as categorias teóricas adequadas à leitura da realidade em tela.