O presente artigo relata uma proposta didática, que sugere como alternativa para o ensino de física, a experimentação com materiais de baixo custo. Especificamente, desenvolvemos uma atividade, que parte da construção problematizadora de um modelo de termoscópio e culmina na elaboração de um termômetro de escala arbitrária. Dentre as principais características do processo de reformulação do ensino de ciências, sinalizado em documentos oficiais (PCN, DCN, entre outros), destaca-se o papel do laboratório escolar – sobretudo na perspectiva problematizadora de realização das atividades. Acreditamos que essa abordagem experimental proporciona um maior grau de autonomia e envolvimento do educando, ao longo do processo de investigação. E quando utilizamos de estratégias combinadas, que no nosso caso se refere a experimetação com materiais de baixo custo e do laboratório problematizador, torna-se possível a realização de atividades experimentais, sem necessitar do laboratório (parte física) de ciências, tendo em vista que a maioria das escolas públicas não dispõe desse tipo de ambiente ou, quando possuem, são majoritariamente subutilizados/sucateados. Dessa forma, a abordagem experimental também possibilita a visualização “concreta” de teorias científicas abordadas em sala de aula – aspecto favorável ao desenvolvimento de uma aprendizagem substancial. Tendo em vista tais características citadas anteriormente, desenvolvemos uma sequência didática inspirada num trabalho de Nascimento (2015), que aborda a evolução dos conceitos de calor e temperatura, bem como a evolução e construção dos termômetros, com o objetivo de diferenciar tais conceitos. A proposta é direcionada a estudantes da segunda série do Ensino Médio e foi implementada numa escola da rede estadual da Paraíba, localizada em Campina Grande.