O presente artigo apresenta algumas considerações buscando compreender quais são os sentidos e discursos produzidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) proposta pelo Ministério da Educação (MEC) a ser implantada a partir de 2016 no Brasil. Neste texto, abordamos a necessidade de questionar a ideia de ‘base’ que permeia a discussão da BNCC, pois acreditamos que esta política curricular tem a intensão de tornar o ensino da educação básica homogêneo e comum. Para tanto, buscamos realizar uma análise crítica de tal proposta, dialogando principalmente com a Teoria do Discurso na medida em que elucidamos sobre a relevância de construir nestes espaços um currículo multicultural, que proporcione ao sujeito, o entendimento sobre as formas de constituição e reconfigurações do social. Para tanto, nos debruçamos nos escritos de Lopes e Macedo (2001), Lopes (2013), Gatti (2001) que nos possibilitou o entendimento de como se constitui as políticas curriculares, bem como o que é currículo e a importância de trazer as questões das diferenças de identidades, saberes e cultura na elaboração e nos encaminhamentos reais do currículo. Por fim, tomamos por referência os estudos que permeiam a Teoria do Discurso em Ernesto Laclau (2015) de modo a desvelar os sentidos explícitos e ocultos presentes no texto da BNCC, questionando o discurso de homogeneização e apresentando a necessidade de um currículo que institua o diálogo com as diferenças, destacando a importância de um currículo fundamentado nas questões socioculturais, um currículo pautado no multiculturalismo.