Vivemos num tempo líquido. Como já denuncia Bauman, na atualidade nada foi feito para durar.Esse tempo é especialmente desafiador para as crianças e adolescentes que precisam lidar com vários desafios, muitos deles impensados a alguns anos atrás. Consumismo desenfreado, alimentação de uma vida virtual, competitividade no mercado de trabalho, pressão externa (e muitas vezes também interna) para se destacar, bem como as doenças próprias desse tempo, como a depressão e os transtornos de ansiedade, são alguns exemplos claros. As crianças e jovens de hoje precisam de um certo discernimento e uma maior capacidade adaptativa não apenas para viver bem, mas para sobreviver no mundo tal qual ele se encontra. Ao pensarmos a estrutura de nossa escola atualmente podemos nos perguntar se ela realmente ainda dá conta de trabalhar junto às demandas da sociedade contemporânea. A partir deste questionamento, o presente trabalho tem a intenção de fomentar a discussão acerca de um importante ponto que pode ser levantado para dar corpo ao debate: o desenvolvimento da resiliência dentro do ambiente escolar. Tomando o termo emprestado da física, a psicologia entende resiliência como a capacidade de adaptação dos indivíduos frente a situações adversas, sendo este um conceito que permeia todo o trabalho. Para desenvolver as perguntas aqui colocadas, traçamos o caminho tomando como base o pensamento de Boaventura de Sousa Santos e sua idéia de paradigma emergente, tratando a transdiciplinaridade como tal. Assim sendo, passamos também por Edgar Morin e a Teoria da Complexidade, bem como pelas discussões acerca da resiliência no ambiente escolar.