Este artigo pretende compreender, a partir de um recente panorama dos estudos da sexualidade e das dissidências de gênero, as relações de violência simbólicas vivenciadas pelas pessoas trans* no contexto do Candomblé de Salvador. Para tanto, busco a partir de uma nova perspectiva da sexualidade, dialogando com autores do campo sociológico e antropológico, entender o percurso dos estudos de sexualidade e gênero nos respectivos campos em diálogo com os estudos (des)viados (teoria queer). Considerando que os corpos trans* são atravessados pelas relações de poder, assim como outros sujeitos desviantes, cabe posicionar-se criticamente acerca de suas questões sociopolíticas, é o que intenta as políticas e estudos (des)viados. É importante apreender o caráter dinâmico das identidades, bem como sua capacidade de se deixar atravessar por outras categorias analíticas o que pode possibilitar a elevação de sua agência enquanto sujeito político. Concluímos, portanto, indicando algumas percepções das análises iniciais a saber: existem relações de poder que colocam as trans*identidades em posições desfavoráveis nas comunidades-terreiro propondo para tanto que sua agencia política seja observada como um aspecto de modificação desse espaço.