O trabalho versa sobre os romances Memórias de Marta (2007), A Família Medeiros (1919), e A Silveirinha (1997), de Júlia Lopes de Almeida. O estudo teve como objetivo analisar a condição feminina nas obras de Júlia Lopes de Almeida publicadas de 1889 a 1914, focalizando a trajetória bibliográfica da autora, bem como a sua escrita ficcional. O presente estudo também fez uma análise dos estratagemas do discurso narrativo em Memórias de Marta, A Família Medeiros e A Silveirinha, de Júlia Lopes. Uma análise simultânea da vida e da obra da escritora a partir de uma abordagem relacional permitiu concluir que ela colocou em prática, em sua produção literária e em suas ações concretas, um feminismo possível dentro do quadro de sua época e dos limites dados pelo meio social em que se desenvolveu. Sua aparente propalada amenidade presente nas suas narrativas refere-se mais a recursos estilísticos do que ao caráter brando de um feminismo propriamente dito. E fora justamente por causa das suas pouco agressivas intervenções que a escritora teve acesso garantido à grande massa de leitores distribuídos pelos mais diferentes extratos sociais. Assim, ela pode apresentar a seu público leitor, na maioria mulheres, temáticas como a importância da educação para o sexo feminino, a política e as críticas ao fanatismo religioso. Este trabalho objetivou analisar a representação das figuras femininas nos romances almeidianos, através de teóricos como Salomoni (2005), Zolin (2005), Xavier (2007), Telles (2007) e Stevens (2005).