Considerando a existência de uma ordem discriminatória/preconceituosa dirigida contra pessoas que se distanciam do padrão social/cultural denominada de homofobia, e que se revela como expressão de uma ruptura no processo dialógico, o presente artigo se propõe a discutir o fenômeno da incapacidade para o diálogo e sua mitigação frente a essa ordem hetonormativa. Desta maneira, o trabalho está estruturado em três momentos: o primeiro conceitua a homofobia e seus elementos de formação e aponta a correlação existente entre essa realidade e a ruptura no processo dialógico; o segundo, caracteriza o diálogo como experiência que envolve o reconhecimento do outro, considerando as contribuições da hermenêutica filosófica de Gadamer, bem como os estudos traçados pelo autor no que se refere à disposição para o diálogo, questões que se articulam com a filosofia do diálogo de Martin Buber, cujas contribuições serão destacadas no trabalho, com um tom propositivo, especificamente considerando o conceito de inter-humano e o significado que ele atribui à conversação genuína, com o fito de suplantar a problemática ora tratada. Por fim, e de maneira conclusiva o terceiro momento abordará as contribuições desse pensador, o voltar-se para o outro e sua confirmação e reconhecimento desse ser, como via de enfrentamento do preconceito contra o diferente, como desafios que se apresentam aos direitos humanos em nossos dias.