Este artigo é oriundo das leituras e discussões realizadas no projeto de pesquisa - PIBIC, intitulado: "As personagens femininas na contística de Maria Valéria Rezende: da subserviência para o centro da cena" do Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual da Paraíba. O projeto é orientado pela professora Drª Ana Lúcia Maria de Souza Neves, professora de Literatura do respectivo departamento. Tem por objetivo evidenciar como se dá a (re)construção identitária da personagem Aurora dos Prazeres, e sua vida dedicada a ajudar o outro, no conto com mesmo nome, que faz parte da coletânea de contos Vasto Mundo (2001), de Maria Valéria Rezende. A mulher do século XXI vem assumindo papéis distintos dos que lhe foram imputados social e historicamente, possibilitando assim, a criação de sua própria identidade, sem a necessidade, em alguns casos, de uma figura masculina. Uma esposa que não é subserviente ao seu esposo é vista como uma má mulher, pois ela nasceu para cuidar dos filhos e do marido – assim diz a tradição – , porém, a modernidade trouxe consigo a ressignificação de valores e práticas que foram engessadas ao decorrer do tempo, dando vez e voz àqueles que até então eram invisíveis perante uma sociedade machista, patriarcal e excludente. Para enriquecimento das discussões, o artigo se baseará nas discussões de Bauman (2005), Hall (2014), Nunes (2008) e Telles (2008).