As pesquisas referentes a Educação de Jovens e Adultos, em sua maioria, ressaltam as dificuldades encontradas pelos educadores dessa modalidade de ensino, sem formação adequada, em desenvolver metodologias e estratégias para atender as especificidades dos sujeitos que buscam na EJA oportunidades anteriormente negadas ou inalcançáveis. Essas dificuldades têm sido agravadas gradativamente, visto que as turmas da EJA passaram por um processo de juvenilização, onde concentram-se, em sua maioria, jovens que migraram do ensino regular para a EJA, devido ao processo de exclusão vivos por muitos e categorizados como repetentes, com baixo rendimento escolar e indisciplinados. Considera-se que esse processo de juvenilização ocorreu a partir da promulgação do Parecer 11/2000, em sua última atualização, na qual reduziu as idades mínimas para que os sujeitos possam frequentar as turmas da EJA - 15 anos para o ingresso no Ensino Fundamental e 18 anos para o Ensino Médio – e pela falta de qualidade na educação. Diante disso, esse estudo buscou discutir fatores que influenciaram o processo de juvenilização da EJA, o ensino de Matemática nessa modalidade de ensino e estratégias e metodologias, ancoradas em Freire (1979) e Duarte (2009), que podem ser utilizadas pelo Professor de Matemática para atender as diferentes gerações existentes em turmas dessa modalidade de ensino. Utilizou-se a pesquisa bibliográfica por permitir realizar um movimento incansável de apreensão dos objetivos, de observância das etapas, de leitura, de questionamentos e de interlocução crítica com o material bibliográfico, e que isso exige vigilância epistemológica. Propomos aos professores de Matemática a utilização de metodologias que valorizem os conhecimentos prévios dos alunos, o contexto em que estão inseridos e o desenvolvimento de posturas críticas e reflexivas para atuação na sociedade. Ainda assim, ressaltamos a estratégia de utilizar a evolução da matemática para mostrar aos alunos que esse conhecimento apresentado em sala de aula não é algo estático e fechado em sim, mas desenvolvido ao longo de várias gerações.