O Brasil é o centro da cultura do maracujá, sendo origem de varias espécies da família Passifloracea, a qual tem o maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg) como seu principal representante. E apesar do país oferecer boas condições ecológicas para a cultura do maracujazeiro, sua produtividade, de modo geral, ainda é baixa. Diversos fatores refletem diretamente na boa produtividade ou insucesso da cultura. A partir disto, o presente trabalho buscou comparar duas formas de condução da cultura de maracujá entre produtores da serra do Cuité-PB. Para a efetivação do estudo foram escolhidos dois produtores de maracujazeiro, denominados manejo A e manejo B. O manejo A, localizado na cidade de Jaçanã-RN e o Manejo B, localizado na cidade de Cuité-PB. No manejo A, as plantas foram produzidas a partir de sementes selecionadas no próprio plantio e de produtores vizinhos, semeadas em sacolas plásticas de 1 litro. Onde foi utilizado adubação de fundação, de cobertura e adubação foliar monitorada ao longo do cultivo. Já no manejo B, as plantas foram adquiridas em um viveiro de produção de mudas de maracujá, localizado na região e as sementes foram germinadas em sacolas plásticas de 0,5 litros. Neste plantio utilizou-se a adubação baseando-se em informações de vizinhos, porém os dois manejos utilizaram a fertirrigação e fizeram o controle de pragas e doenças através de defensivos agrícolas. No manejo A, a condução do plantio foi realizada de acordo com as indicações técnicas para o plantio de maracujá e no B, de acordo com os conhecimentos do produtor, entretanto, a condução da formação da cortina em ambos os manejos, não foi feita adequadamente ocasionando o entrelaço das plantas entre si e plantas vizinhas. Ambos os manejos utilizaram a polinização manual devido à baixa população do polinizador natural. Os resultados demonstraram que plantas cultivadas no manejo B apresentaram médias do diâmetro do caule melhores, porém não houve diferenças estatísticas entre os manejos com relação ao número de frutos por planta e produção média por planta. Em relação aos dados biométricos dos frutos, o peso do fruto e casca o manejo B foram superiores ao manejo A. Quanto ao rendimento da polpa, o manejo A obteve melhor rendimento do que o manejo B. E com relação à classificação diamétrica dos frutos, 100% dos frutos produzidos no manejo B foi agrupado nas classes C4/C5 (>75 mm de diâmetro), representando os melhores diâmetros para o mercado in natura, percentual significativamente superior ao do manejo A, com 79,5% dos frutos nestas classes. Diante dos resultados conclui-se que embora haja poucas diferenças na maneira de conduzir a cultura, entre os manejos, estas levam a resultados com diferenças significativas. Para o mercado de frutos para polpa, o manejo A pode ser o mais indicado por seu maior rendimento em polpa, enquanto que o manejo B para o consumo in natura, por ter 100% dos frutos indicados para este mercado.