Como humanos, narramos nossos sentimentos, nossos desejos, nossas emoções, nossas fantasias, nossas experiências, acontecimentos cotidianos e históricos, de modo geral, narramos nossas vidas. Vale destacar que também os textos científicos narram mitos, fenômenos, descobertas. Narrar é, portanto, uma dimensão essencial da comunicação humana. Assim, a narrativa como um processo de escritura e (re)escritura da realidade tem uma importante função não só na vida pessoal como também na vida social: ajuda-nos a entender a nós mesmos e ao outro. Partindo dessa realidade, decidimos solicitar aos alunos do Curso de Enfermagem de uma Faculdade Particular uma “carta” narrando à sua experiência na disciplina de Língua Portuguesa. Nossos objetivos são: estimular a escrita entre os educandos, compreender como os alunos veem a disciplina e avaliar as práticas pedagógicas disseminadas pelo professor em sala de aula mediante o relato dos alunos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com abordagem descritiva cujo objetivo é conhecer a visão dos alunos de um curso da área de saúde acerca da disciplina de Língua Portuguesa. Constatamos que apesar da resistência demonstrada pelos educandos no início da disciplina, eles acreditam que ela é importante não só para sua profissão como também para sua vida pessoal. O excesso de regras e exceções presentes na Gramática acaba por afastá-los desse material. Além disso, a escrita e o uso das narrativas como mecanismo de aprendizagem deve ser incentivada não só pelos professores de Português, mas de outras disciplinas, pois quanto mais os alunos relatam seus sentimentos em sala de aula, mais eficaz se torna o processo ensino-aprendizagem.