O tema infância vem ganhando espaço no meio acadêmico com relação ao desenvolvimento de pesquisas nessa área, sobretudo, no que diz respeito a perspectiva da criança com relação a mesma. O presente trabalho se insere neste contexto de interesse de pesquisa, o qual busca compreender a relação entre infância e escola e como esta relação vem sendo afirmada/negada dentro do espaço escolar. Como parte de uma pesquisa mais ampla esse trabalho tem, como objetivo geral compreender a infância no espaço escolar , seja no ambiente, como forma, como espaço, como tempo, e como mundo das crianças e das infâncias concedidos pelas próprias crianças, procurando interrogar como a Infância em sua potência está sendo acolhida, (in)visibilizada ou afirmada no contexto escolar. Do ponto de vista teórico, partimos da problematização da própria noção de infância e sua educação e buscamos dialogar com autores como Maria Isabel Edelweis Bujes(2001); Fabiana Oliveira Canavieira e Ana Cláudia Caldeiron (2011); Júlia Oliveira-Formozinho e Sara Barros Araújo (2008); Sônia Kramer (2007); Gilmara Lupion Moreno e Jaqueline Delgado Paschoal (2009); Manuel Jacinto Sarmento e Manuel Pinto (1997); e Zilma Ramos de Oliveira (2002); dentre outros. Neste estudo foram realizadas investigações com crianças e não sobre crianças. O mesmo teve como campo empírico duas escolas da Rede Municipal do Município de Brejo da Madre de Deus, uma sede e outra anexo, a saber: a escola N. S. B. C e o anexo N. S. B. C. 3 que atende a pré-escola e o 1º ano em diferentes anexos, mais precisamente em uma turma do pré-escolar II e em uma turma do primeiro ano dos anos iniciais do ensino fundamental. Para coleta de dados foram realizadas observações e entrevistas por meio de rodas de conversas com crianças com idade de 4 à 6 anos, destas 6 são da pré-escola e 9 do 1º ano do ensino fundamental, visando mapear um perfil mais abrangente dos sentidos acerca da infância. As vozes das crianças, em sua maioria, indica que a escola se mostra como lugar de atividades de ler e de escrever tanto na pré-escola como no 1º ano, onde as atividades são excessivamente relacionadas a escrita do nome; da iniciação á alfabetização, centradas sobretudo, no conhecimento e memorização das letras e números. A infância no espaço escolar, e no tempo dado as crianças, é vista de uma forma restrita. Ela é afirmada no discurso, mas na prática se caracteriza como estando à margem das atividades. Existe frente a isso a necessidade de criação e desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas para o universo infantil e para sua afirmação. A infância no contexto escolar observado não se apresenta como elemento que esteja sendo pensado como esperado. Logo, na prática, o diálogo entre a escola e o que é específico aos sujeitos a que ela atende ainda aparece como um desafio.