As questões referentes à educação na era moderna passam pela discussão do objetivo do sistema de ensino atual. A era da globalização reforça a prática de um ensino voltado ao mercado, cabe então questionar, qual o verdadeiro papel das escolas na sociedade. Deixamos então as instituições de ensino num limiar entre reprodutora do sistema vigente – não apenas através da qualificação de indivíduos para o mercado, como também, propagadora de ideologias – e uma instituição libertadora, que promove o questionamento da realidade. Porém, não há uma separação concreta entre esses dois aspectos, tais questões variam de acordo com os posicionamentos político-ideológicos dos professores e da instituição de ensino. A geografia, vista como uma ciência ampla que trata de muitas áreas do conhecimento aborda em seus estudos, tanto os mecanismos de manutenção do sistema quanto os de libertação, e assim, pode contribuir, para o desenvolvimento de um olhar crítico sobre as desigualdades sociais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para a disciplina de geografia apresentam as questões pertinentes à ciência geográfica e definem os seus conteúdos, carregam em si discursos compatíveis com as fases mais modernas da ciência geográfica, procurando manter uma neutralidade que para alguns pode vir a ser interpretada como um posicionamento. A partir da análise desses documentos levantamos a uma série de questões que passam a discutir quais devem ser os posicionamentos dos professores de geografia perante uma sociedade marcada por disputas, em um contexto de globalização. Mas, além disso, seria possível ao professor nas condições da educação básica brasileira hoje, ajudar a desenvolver o pensamento crítico tão essencial ao cidadão?