Este trabalho se coloca como uma continuação de meus estudos e análises elaborados a partir do material produzido no Curso de Extensão: PENSANDO FERRAMENTAS PARA INTERVIR NA ESCOLA , coordenado pela socióloga Estela Scheinvar, na Faculdade de Formação de Professores (UERJ/FFP) em São Gonçalo/RJ. O presente trabalho se propõe a discutir as práticas docentes no contexto do neoliberalismo, com ênfase na produção subjetiva em torno de um modelo de professor caracterizado pela lógica pastoral relacionada à lógica disciplinar. A sociedade disciplinar se organiza por normas e dispositivos que irão estruturar práticas cotidianas como as escolares, tornando a docência uma relação de produção de docilização. A disciplinarização, no contexto da sociedade liberal, se atualiza e, de acordo com Richard Sennett, transformações nas relações de trabalho têm apresentado a emergência de novos dispositivos de vigilância e controle. Percebemos na fala dos participantes do curso que a relação que estabelecem com seus alunos tornou-se uma preocupação. De acordo com os relatos a prática docente assume como lógica central: a condução dos alunos por um caminho de sucesso a partir da boa relação entre professor-aluno no processo de escolarização. Entendemos a articulação do poder pastoral com o poder disciplinar tem sido o modo por meio do qual a escola tem funcionado. Destacamos que, em meio à emergência das novas tecnologias liberais/neoliberais, o poder pastoral não irá extinguir-se, ao contrário, irá manter-se na forma como são naturalizadas as práticas pedagógicas.