Introdução: Em decorrência do processo de envelhecimento, verifica-se uma mudança no perfil nutricional da população idosa com o predomínio de agravos de saúde específicos, tais como doenças crônicas não transmissíveis, por alterações na composição corporal, havendo-se a redistribuição da gordura, com acúmulo visceral, enquanto a massa muscular diminui nos membros inferiores e superiores. Objetivo: Avaliar o estado nutricional e socioeconômico, por meio de medidas antropométricas (peso, estatura e circunferência abdominal) e questionário alimentar e socioeconômico, de idosos, com idade entre 60 e 81 anos, usuários dos CRAS nos bairros de Pajuçara, Guarapes, Passo da Pátria, Salinas e Ponta Negra do município de Natal, Rio Grande do Norte. Metodologia: Estudo transversal realizado com 46 indivíduos, de ambos os sexos. A classificação do estado nutricional foi feita por meio do IMC e CA. Para análise estatística, foram realizados média, desvio padrão, frequência absoluta e percentual. O software utilizado para análise dos dados foi o IBM SPSS v.14. Resultados: Evidenciou-se a prevalência de sobrepeso em 56,5% dos idosos, principalmente naqueles entre 60 e 75 anos de idade e nas mulheres. A circunferência abdominal esteve aumentada em 80,1% dos indivíduos, indicando risco muito elevado para complicações metabólicas associadas à obesidade. A maior parte dos idosos apresentam ensino fundamental incompleto (73%), renda familiar correspondente a 1 salário mínimo (50%) e número de indivíduos por domicílio entre 1 e 3 (73,9%). Em relação ao estilo de vida, 76,1% dos idosos relataram nunca ter fumado, 97,8% deles não ingeriam álcool e 52,2% eram sedentários. As morbidades mais citadas foram: hipertensão (67,3%), diabetes (32,6%), doenças cardiovasculares (10,8%), osteoporose (23,9%), artrite (39,1%) e artrose (36,9%). 56,5% dos indivíduos relatou fazer 3 a 4 refeições diárias, e 47,8% ingere menos de 2 litros de água por dia. Em relação ao consumo alimentar, observou-se que uma minoria de idosos relatou ter consumido hambúrguer e/ou embutidos, bebidas adoçadas, massas salgadas, doces e guloseimas. Da amostra, 87% dos idosos referiram ter o apetite preservado. Com relação à função intestinal, 21,7% referiram constipação, 17,3% diarreia e 10,9% refluxo. No tangente à dentição, 63% usam prótese dentária e uma minoria referiu ter dificuldades de mastigação e/ou deglutição. Conclusão: A prevalência de excesso de peso e de obesidade abdominal foi alta em ambos os sexos. Isso é preocupante, pois sinaliza maior vulnerabilidade para as doenças degenerativas e suas comorbidades e, nesse sentido, a nutrição se destaca como ferramenta fundamental para garantir estado nutricional adequado e, consequentemente, minimizar os impactos causados pelo envelhecer ao sistema de saúde. Desta forma, é fundamental o fortalecimento das ações e programas de segurança alimentar e nutricional com estes grupos, a fim de minimizar ou erradicar este problema, garantindo, assim, melhor qualidade de vida.