Introdução: O impacto dos sintomas do climatério sobre a quali¬dade de vida da mulher parece estar relacionado à preva¬lência de disfunção sexual na meia-idade, sendo importante o conhecimento sobre os fatores que podem influenciar na função sexual neste período da vida da mulher. A busca de evidências sobre a fraqueza da Musculatura do Assoalho Pélvico (MAP) e sua interferência na função sexual, pode contribuir para o planejamento de novas estratégias de assistência à saúde da mulher durante o envelhecimento. O objetivo deste estudo é avaliar a musculatura do assoalho pélvico e sua influência na função sexual de mulheres de meia idade. Metodologia: Trata-se de um estudo piloto, de caráter observacional, analítico, com desenho transversal. A população do estudo foi composta por mulheres climatéricas (45 a 65 anos de idade) atendidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos Municípios do Natal-RN e Parnamirim-RN. A seleção da amostra se deu por conveniência. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFRN (CEP-UFRN), de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde sob o número 115/09. Inicialmente foi preenchida a ficha de avaliação para identificação do sujeito e aplicou-se o Female Sexual Function Index (FSFI). Em seguida, realizou-se o exame físico para a avaliação funcional do assoalho pélvico com a participante em posição ginecológica modificada. Nesta etapa, foi avaliado o grau de força da MAP por meio do toque bidigital, onde para essa avaliação utilizou-se a escala Oxford. A avaliação da pressão gerada pela contração da MAP, foi realizada por meio da perioneometria (equipamento PeritronTM modelo 9300AV). Para análise dos dados foi utilizado o SPSS 20.0. A verificação da distribuição normal se deu pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Resultados e discussão: Os resultados deste estudo foram obtidos a partir de uma avaliação inicial com a participação de 17 mulheres. A média da idade e do peso das participantes foi de 55, 43 (± 6,20) anos e 67,51 (±15,88) kg. A avaliação da função sexual feminina, pelo FSFI, mostrou que 62,5% das participantes apresentaram disfunção sexual (DS). O teste de força muscular e o valor máximo da perineometria apresentaram uma média de 3,12 (± 1,31) e 43,58 (± 18,20 cmH2O), respectivamente. Não se encontrou correlação entre a função sexual e a força do AP nas mulheres avaliadas (r= 0,133; p =0,624), e também entre a função sexual e a perineometria (r = 0,339; p =0,199). Os estudos sobre a avaliação da influência da contração do assoalho pélvico na função sexual são controversos e escassos, sendo necessária a realização de mais estudos sobre esse tema. Conclusão: O presente estudo não encontrou correlação entre o índice da função sexual e a contração do AP em mulheres de meia idade. Sugere-se a realização de mais estudos, com maior número amostral, para aprofundamento do conhecimento da influência da força e pressão dos MAP sobre a função sexual em mulheres climatéricas.