Com o envelhecimento, pode-se antever um aumento na incidência de demências, sendo a mais comum a Doença de Alzheimer. A dependência da pessoa idosa com DA, ao modificar a rotina, a dinâmica e a relação de troca entre ele e seu cônjuge, pela inversão de papeis, coloca uma série de demandas novas e inesperadas. Assim, com o intuito de entender essa modificação na vida desses casais, traçamos como objetivo analisar a percepção do cônjuge sobre o parceiro com doença de Alzheimer. Trata-se de estudo de abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo. Ao investigar as implicações de conviver com o cônjuge com DA, percebeu-se que o impacto dessa doença na vida do casal abrange uma dimensão muito maior que o imaginado antes da realização da pesquisa. Esse impacto foi identificado nas formas de como o cônjuge vê seu parceiro (a) doente antes e após o acometimento pela DA, os sentimentos vivenciados por ele nesse processo de modificações advindas do cuidado, bem como algumas consequências inevitáveis diante dessa vivência. A escassez de estudos sobre a temática deixa clara o ineditismo do tema, propondo pontos de reflexão que provocarão mudanças no modo de olhar a pessoa idosa e agregarão importante valor à ciência. Assim, sugere-se que se desenvolvam pesquisas que envolvam a pessoa idosa, sua sexualidade e a presença de doenças crônicas, para que esse universo possa ser melhor conhecido e compreendido, no sentido de facilitar a assistência de profissionais para essa população.