Sabe-se que as rotinas hospitalares, bem como o próprio ambiente hospitalar, podem influenciar na qualidade do sono e, aliadas às alterações do processo de envelhecimento e adoecimento, podem intensificar as mudanças na quantidade e qualidade do sono dos idosos. Portanto, objetivou conhecer o padrão de sono de idosos com trauma musculoesquelético internados em um hospital de Fortaleza-CE. Trata-se de um estudo descritivo desenvolvido em um hospital público, de referência em atendimento a pacientes politraumatizados situado na cidade de Fortaleza-CE. A população constituiu-se de 342 idosos internados com traumas musculoesqueléticos de membros inferiores internados em uma unidade específica para o atendimento de idosos. Para o cálculo do tamanho amostral estimou-se uma prevalência P de 30%, fixou-se o nível de significância de 5% ( = 0,05) e um erro amostral absoluto de 6%, chegando a uma amostra de 133 idosos. Foram excluídos idosos com diagnóstico de traumas musculoesquelético de membros inferiores, associado ao diagnóstico de trauma crânio encefálico (TCE) e queimaduras. A coleta deu-se de janeiro a agosto de 2014, após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa de Nº 501.763 e, ocorreu em duas etapas: entrevista e coleta de dados nos prontuários. Quanto aos achados, a maioria era do sexo feminino (52,6%); média de idade de 78,7 anos (desvio padrão de 9,9 anos); 56,9% eram casados, 26,2% viúvos e 16,9% solteiros; 63,3% procedentes do interior; e 78,8% possuíam religião católica. Quanto à qualidade do sono durante a internação, a dificuldade em adormecer foi referida por 41,4% dos participantes, seguida da insônia com 26,3% e 32,3% relatou não ter nenhuma alteração no padrão de sono. Destaca-se que 67,7% dos idosos relataram sentir sonolência diurna. Nesse contexto, é imprescindível que o enfermeiro durante assistência a essa população identifique previamente sinais de que o idoso não está conciliando o sono e o repouso, para que as devidas intervenções sejam realizadas. Identificou-se também que o sono prejudicado do idoso pode estar diretamente relacionado com as outras necessidades humanas, visto que 30,5% possuíam incontinência urinária, que apesar do uso de fraldas, perturbam o sono do idoso; 86,5% referiam dor, entre elas a dor musculoesquelética e a dor na lesão de úlcera por pressão devido a não mudança de decúbito durante a noite. Nesse contexto, compete ao enfermeiro e equipe durante a assistência a esses idosos, avaliar não somente aspectos mais imediatos, como a dor e as condições do membro acometido pelo trauma músculoesquelético, mas ampliar sua avaliação de forma a incluir a qualidade do sono desses pacientes, que pode estar comprometida, indicando que a necessidade de repouso não está sendo atendida. Dessa forma, o estudo evidenciou uma qualidade insatisfatória do padrão de sono e repouso entre os idosos, tendo como principal componente a fragmentação do sono. Salienta-se que se fazem necessários estudos mais aprofundados para identificar os fatores associados à qualidade do sono na instituição hospitalar, visando a sua importância na recuperação clínica do idoso.