Objetivo: avaliar a qualidade de vida (QV) de idosos renais crônicos em tratamento de hemodiálise (HD) de um hospital filantrópico de Campina Grande, Paraíba, Brasil. Metodologia: Trata-se de estudo transversal com coleta de dados primários, de abordagem quantitativa e caráter descritivo, proveniente de um trabalho de conclusão de curso, intitulado “Qualidade de vida de pacientes renais em hemodiálise: estudo em um hospital filantrópico, Campina grande – PB”. Para a obtenção dos dados referentes à QV dos pacientes foi utilizado o questionário World Health Organization Quality of Life – bref (WHOQOL-bref), um instrumento testado e validado em todo o mundo, elaborado pelo grupo de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (OMS). Este compreende 26 perguntas, entre elas questões sobre a QV de modo geral e os domínios físico, psicológico, social e meio ambiente. Foi calculada a média de cada faceta e de cada um dos quatro domínios, resultando no nível de QV geral. Para os dados descritivos foi utilizado o programa Microsoft Office Excel e com os dados obtidos das questões sobre QV do WHOQOL-bref foi construído um banco de dados no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Resultados e discussão: Considerando apenas os idosos do estudo maior do qual este faz parte, neste estudo foram incluídos 11 pacientes. Quanto a caracterização dos participantes, a maioria era do sexo masculino (72,3%), idade média de 64,6 anos, estado civil casado (72,3%), ensino fundamental incompleto (36,7%), aposentado (54,5%), renda familiar de menos de um (1) salário mínimo (36,4%). Sobre a causa da insuficiência renal, a hipertensão arterial foi relatada por 36,4% dos idosos. A QV geral bem como a relacionada a cada domínio foi mediana. Em todos os domínios a média dos escores esteve próxima do valor médio, sendo a mais satisfatória em ordem decrescente: domínio psicológico (61,74), domínio meio ambiente (54,83), domínio físico (52,82) e domínio social (45,45). Com o declínio fisiológico que ocorre no processo de envelhecimento observa-se a diminuição gradual e progressiva da capacidade funcional dos idosos, com consequente comprometimento na realização de atividades da vida diária. Conclusão: Os resultados mostram que a insuficiência renal crônica e o tratamento de HD podem interferir na satisfação da vida do idoso, por modificar de forma negativa o seu cotidiano. Contudo, apesar das dificuldades, os participantes demonstraram adaptação à sua condição de saúde. Percebeu-se que a forma de lidar com o processo de HD é individual e subjetiva e, fatores como família, fé e crenças, e esperança de um transplante renal, podem minimizar o desconforto vivido diante do tratamento. O próprio processo de envelhecimento pode provocar modificações na condição de saúde, tornando o indivíduo mais fragilizado. Assim, durante o processo de HD, cabe aos profissionais de saúde oferecer uma assistência integral à saúde do idoso, proporcionando ao mesmo maiores informações sobre a doença e seu tratamento e incentivando a busca de autonomia e autocuidado, fatores esses, importantes para uma melhor QV.