Este estudo propõe discutir o processo de educação antirracista na escola a partir de uma proposta de formação de professores/as de Língua Portuguesa nos Anos Finais do Ensino Fundamental em Conde, Paraíba. O objetivo do trabalho foi propor uma formação para os docentes de Língua Portuguesa, incentivando-os a refletir sobre o racismo, suas origens e manifestações na sociedade e na escola, para que pudessem desenvolver habilidades para implementar práticas antirracistas na sala de aula, focando no eixo da leitura, com as narrativas de resistência como objeto de estudo. Nesse contexto, considerando o referencial teórico, as atividades foram embasadas na ótica de Freire (1996), que trata o letramento como um ato social, bem como nas concepções de formação pelo viés do letramento antirracista de Candau e Lelis (1999), Deus (2020), Gomes (2010, 2017), Munanga (2020) e Pimenta (2007). Além disso, o estudo se baseou nos pressupostos da BNCC (BRASIL, 2018), que norteia a prática de ensino nas escolas. O projeto buscou intervir na autoformação do docente e na formação continuada, visando proporcionar uma formação leitora emancipatória para seus alunos. Tratou-se de uma pesquisa-ação qualitativa, conforme sugerido por Marques (2016), onde os docentes foram o foco da discussão, com o objetivo de torná-los agentes mediadores no processo de transformação que a escola deve passar para se tornar um ambiente mais inclusivo e menos racista. Quanto aos resultados, percebemos que os professores avançaram no entendimento do letramento antirracista ao analisarmos os planos de aula que incorporaram narrativas de autores afro e afro-brasileiros.