Este trabalho propõe-se a identificar e esclarecer a violência sexual contra vulneráveis, propiciando a compreensão da natureza de tal fenômeno desde a propensão humana para a agressividade até a atmosfera de controle, força, poder e violência que se faz presente na relação estabelecida entre abusador e vítima. Notoriamente, escrever sobre a violência sexual, sua origem e como ela ocorre, exige a travessia de um extenso percurso, que, inicialmente, nos conduz ao entendimento de que a violência faz parte da condição humana. A partir disso, emerge a necessidade de conscientizar a população de que a violência sexual não é silenciosa, mas é forçada ao silêncio por uma rede de fatores que tenta tornar invisível a desumanidade do ato. É uma pesquisa bibliográfica, hermenêutica e interpretativa do problema da violência sexual, que busca compreender os sentidos e significados para as crianças vítimas de tal violência e apontar o papel do educador no enfrentamento de tal situação. A referência principal é composta de obras de Sigmund Freud, O mal estar da civilização (1930/1980), de Michel Foucault, O sujeito e o poder (1982/1995) e de Claudio Almir Dalbosco, A violência humana e papel do ócio estudioso (2020). Cabe destacar que a conceituação do abuso sexual em meio à relação poder e violência, possibilita o entendimento sobre como o abusador usa as estratégias de poder para violentar a vítima, utilizando ou não a força física para controlá-la. Atentar-se para os mecanismos utilizados pelo violentador é uma exigência importante para a compreensão do fenômeno, assim como, para prevenção desse ato desumano. Um outro aspecto é a atenção à vítima, tanto no seu acolhimento como na ação reparadora dos educadores. Neste sentido, torna-se indispensável o papel da educação na formação dos indivíduos preparados para o enfrentamento do problema e a reparação de quem sofre tal violência.