Esse artigo problematiza as ressignificações de docência focalizadas na discursividade e em suas articulações enunciadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial – Resolução CNE/CP n.º 02/2019 e na Base Nacional Comum de Formação inicial de professores da educação básica, além de outros textos políticos assinados por órgãos do governo, que vem tentando controlar de forma padronizada, literal e homogênea a produção curricular e a form(ação) docente. Sustentamos essa pesquisa no aporte teórico-metodológico da Teoria Política do Discurso, privilegiando a compreensão discursiva de Currículo desenvolvida por Alice Casimiro Lopes, tendo em vista a disputa de sentidos em sua condição de provisoriedade e precariedade, como forma de pensar e interpretar a política como um ambiente de luta pela significação. Nos elementos empíricos identificados na pesquisa, a ânsia de suprir uma falta supostamente preenchida por discursos que representassem uma dada formação ideal alicerçada no potencial da aplicabilidade, rebervera-se diferentes demandas, dentre elas: Conhecimento, Prática e Engajamento Profissional para a profissionalização docente. O estudo aponta que essas demandas são produzidas e articuladas discursivamente como condição de inferir e padronizar comportamentos desejados a serem desenvolvidos no trabalho e na formação dos docentes para regular e controlar as várias possibilidades de ser desses sujeitos, suposta como capaz de garantir o alcance da qualidade educacional associado aos resultados dos desempenhos do estudantes da educação básica. Pontuo que tais discursos buscam estancar o fluxo de sentidos e significações, desconsiderando as relações contextuais e a formação como espaço-tempo de luta política.