Este trabalho examina, a partir de uma abordagem bibliográfica exploratória e analítica, três perspectivas sobre a temática de gênero como conteúdo potencial para a filosofia no ensino médio, avaliando os limites e as possibilidades dessas abordagens à luz da Lei n.º 13.467/2017 e da Base Nacional Comum Curricular. As três perspectivas são: 1) Genealogia e desconstrução, proposta pela feminista e filósofa Alicia Puleo, cujo objetivo consiste em, a partir dos discursos filosóficos misóginos e sexistas, analisá-los e desconstruí-los, seguindo sua genealogia; 2) Reconhecimento das filósofas, a pensadora Graziela Rosa propõe reiniciar a história da filosofia pensando os conteúdos e leituras filosóficas com referenciais femininos, explorando a diversidade que ficou ocultada por muito tempo, reconhecendo o que as mulheres disseram em todos os períodos da história da filosofia; 3) Problematização da identidade e diversidade de gênero, Ediovani Gaboardi reconhece que essa é uma temática que não faz parte dos currículos de filosofia, mas pode-se encontrar uma saída a partir dos princípios que orientam o ensino médio que são: a estética da sensibilidade, a política da igualdade e a ética da identidade. Como conclusão, evidenciamos que o ensino de filosofia no ensino médio pode e deve ser um espaço de resistência e transformação, onde as discussões sobre gênero não são apenas pertinentes, mas essenciais para a promoção de uma educação verdadeiramente inclusiva e emancipatória.