RESUMO Este estudo versa sobre os estereótipos da deficiência construídos pelo ideário capacitista. O problema indaga sobre como a literatura infantil pode contribuir na desconstrução de estereótipos da deficiência e da diversidade na infância. Os objetivos tratam de analisar a partir da obra “O saci que não tinha uma perna só”, a complexidade com que a formação cultural pode afetar o imaginário das crianças, uma maneira de “ler” o mundo e consequentemente vivê-lo, que coloca inúmeros obstáculos à inclusão. Nesse sentido, partindo de que as crianças refletem a sociedade e os conhecimentos mais difundidos e que a distância temporal entre adultos e crianças é onde a educação acontece, Richter (2016), Walter Benjamin (2009) dentre outros/as, são escolhas ao aprofundamento teórico. A metodologia inclui pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo, a partir da análise da obra “O saci que não tinha uma perna só” de autoria de Adan Lucas, Claudevania Carvalho e Rute Xavier. Os resultados do estudo apontam que as percepções de mundo das crianças são reflexos de formação cultural, muitas vezes cunhadas em desconhecimentos sobre o que são as deficiências e a diversidade como potencialidades nas diferenças; outro achado é de que a reprodução de práticas infantis traduz o convívio próprio do cotidiano delas. A Obra, portanto, se destaca por apresentar uma experiência lúdica e crítica de expansão do mundo, bem como, tenciona ideias sobre a inclusão, valoriza as diferenças e se posiciona na desconstrução dos estereótipos sociais desde a infância.