Oportunizar maneiras de criar, agir e interagir é uma das formas de educar que tem em Paulo Freire um dos maiores legados. Assim, esse trabalho compartilha uma experiência de oficinas com jovens do ensino fundamental II da Escola 11 de Agosto por meio da residência pedagógica, procurando compreender: como realizar aulas de arte mais criativas com processos de participação efetiva e afetiva dos educandos? Para tanto, o referencial teórico está ancorado numa pedagogia dialógica de Paulo Freire, etnografando o campo através de oficinas. Uma das bases fundamentais da prática educativa defendida por Freire é o respeito aos educandos, considerando sua trajetória e as possibilidades de descoberta e partilha. Busco utilizar essa prática nas minhas aulas de arte, proposta que foi socializada com as cinco estudantes do Curso de dança da UFC que recebi na escola para a realização do projeto de residência pedagógica em arte. Realizamos uma proposta de etnografia mais interventiva, propondo oficinas criativas. A oficina é um espaço de negociação de sentidos, criando possibilidades dialógicas. Realizamos oficinas de teatro, sonoridades, dança e escrita sensível. A proposta da escrita sensível ganhou um engajamento muito interessante por parte dos estudantes. A partir dessa oficina, conseguimos escrever o livro Nosso Uni (verso), com os textos e desenhos criados pelos estudantes. Os resultados foram vistos através da socialização, criatividade, interação e temas que os estudantes queriam versar. Educar é processo, é partilha e criatividade. Assim, oficinar de tantas formas foi possível através da residência pedagógica que oportunizou o contato dos estudantes com outros saberes artísticos.