Buscou-se neste trabalho reunir importantes ideias do psicólogo bielorusso Lev. Semionovich Vygotsky, sobre a sua compreensão de Linguagem e Desenvolvimento Humano, com o objetivo de refletir sobre o que em seu tempo era chamado de “Defectologia”, e que hoje se relaciona diretamente ao campo chamado Educação Especial e Inclusiva. Na introdução, para além da contextualização histórica e teórica da perspectiva do consagrado autor e da visão de contemporâneos, procurou-se discutir o contexto atual da Educação Infantil, destacando a necessidade de enxergar as crianças com deficiência, e/ou neuroatípicas na Escola. Metodologicamente, define-se essa pesquisa enquanto uma revisão narrativa da literatura, tratando-se assim de uma abordagem qualitativa, que intenta refletir e dialogar de maneira crítica a visão teórica sócio-histórica e o campo pedagógico, a educação especial e a inclusiva. Para tanto, também situamos a abordagem teórico-metodológica, o materialismo histórico-dialético, uma das raízes da teoria de Vygotsky. Assim, enquanto resultado da pesquisa bibliográfica reconheceu-se o papel ativo dessas crianças enquanto sujeitos ativos e o dever da escola enquanto instituição necessária para manutenção e promoção de seus direitos, cidadania e autonomia. É crucial reconhecer as condições das Pessoas com Deficiência (PcD) e/ou neuroatípica, para evitar uma visão capacitista que vê a deficiência apenas como apenas um impedimento para o desenvolvimento. Ressaltamos a importância do trabalho “Fundamentos de Defectologia” e uma visão elaborada e estruturada de linguagem (cuja definimos como produto do desenvolvimento histórico da consciência humana e que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do pensamento e da consciência). para compreender as limitações e possibilidades daquelas pessoas que escapam ao que erroneamente percebemos como “normalidade”, e assim como não menos importante uma reflexão sócio-histórica para o atual posicionamento da Escola. A abordagem vygotskiana potencializa a inclusão, com o professor como mediador social e a escola responsável por adaptações necessárias.