O espaço urbano tem materializado ao longo da história os ideais do sistema capitalista. Produto deste sistema econômico dominante, as cidades têm suas configurações socioespaciais edificadas sob a égide da lógica de acumulação, financeirização espacial e pela atuação do poder especulativo do mercado imobiliário, que contribuem para o aprofundamento das disparidades, favorecendo o surgimento, e a intensificação de desigualdades socioespaciais, impressas no espaço urbano, a exemplo do fenômeno denominado segregação socioespacial, o qual separa nitidamente nas paisagens das cidades em estratificações sociais. Concebido este cenário, o estudo sobre as cidades na educação básica (ensino fundamental – anos finais), possibilita o desenvolvimento de uma consciência crítica diante da complexidade social que permeiam as cidades e os fenômenos urbanos, nela produzidos. Desta forma, o presente artigo, tem como objetivo debater o ensino da cidade na educação básica pública (nível fundamental (anos finais)), apresentando os desafios que caracterizam a exploração dos fenômenos urbanos apresentados (desigualdade social e segregação socioespacial), e indicando possibilidades didáticas para a exploração dos fenômenos sociais urbanos em sala de aula. Visando atender o objetivo proposto, o referido artigo se caracteriza enquanto estudo teórico, visando o entendimento acerca de conceitos-chave (cidades, segregação socioespacial e desigualdade urbana), além disso, foi realizado uma análise de livro didático, a qual se propôs a entender como as desigualdades socioespaciais são apresentadas na literatura adotada no sétimo ano (série em que mostra o espaço brasileiro). Por fim, o presente artigo reflete sobre os principais desafios encontrados pelos professores de geografia ao lecionar a referida temática, ao passo em que apresenta alternativas para abordá-la, concebendo os discentes enquanto agentes produtores e transformadores do espaço geográfico.