No Ensino Superior, a reserva de vagas em instituições públicas federais é regida pela Lei nº 12.711/2012, conhecida como Lei de Cotas, recentemente atualizada pela Lei nº 14.723/2023. As cotas são distribuídas em 8 modalidades, com base em renda e autodeclaração étnica ou de deficiência. Para candidatos de escolas públicas com renda até 1,5 salário mínimo, as modalidades são: M1 a M4, variando entre PPIs e não-PPIs, com ou sem deficiência. Para renda indiferente, as modalidades M5 a M8 seguem a mesma divisão. Este estudo tem como objetivo investigar a relação candidato/vaga na aplicação das distintas modalidades de cotas no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Campus Vitória, especificamente nos cursos de Engenharia (Elétrica, Metalúrgica, Sanitária e Ambiental, Mecânica e Civil), ao longo dos anos de 2013 a 2023. A análise é baseada em relatórios públicos disponíveis no portal do Sistema de Seleção Unificada. Entender a evolução da demanda por vagas ao longo do tempo é essencial para compreender o processo de democratização do acesso ao Ensino Superior e o impacto da Lei de Cotas nesse contexto. Foi observado que as maiores relações candidato/vaga ocorreram entre 2013 e 2016, com destaque para as modalidades M2 e M4. As modalidades M1, M3, M5 e M7, voltadas para pessoas com deficiência, apresentaram as menores relações, incluindo casos de ausência de candidatos. Todas as engenharias registraram uma queda na relação candidato/vaga, diminuindo de 121,44 em 2014 para 6,99 em 2023. Entre 2021 e 2023, as dez maiores relações candidato/vaga foram predominantemente na modalidade M2 (7 ocorrências). No último ano analisado, as Engenharias Elétrica, Mecânica e Civil apresentaram as maiores relações nessa modalidade, com 15,50, 14,80 e 13,60, respectivamente. Dessa forma, revela-se uma clara tendência de redução na competição por vagas ao longo do período analisado, sugerindo uma maior democratização no acesso às Engenharias.