A alfabetização no Brasil sofreu mudanças de paradigmas nas últimas décadas. A partir dos estudos da psicogênese da língua escrita o foco do processo passou a ser a forma como os estudantes aprendem e não mais a forma como os professores ensinam, que era o foco dos modelos de ensino anteriores. O trabalho a partir dos textos se torna uma forma de desenvolver a aprendizagem da leitura e da escrita considerando as funções sociais em que tais habilidades são aplicadas. O objetivo desde artigo é estabelecer relação entre o desenvolvimento das consciências fonológicas e o uso de textos que se sabe de cor no período da alfabetização. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que elabora um breve histórico da alfabetização no Brasil, refletindo sobre abordagens alfabetizadoras que se baseiam na psicogênese e buscam a conquista da escrita alfabética e ortográfica por meio do letramento, construindo relações entre estudantes e textos trabalhados de acordo com os usos reais da língua escrita. A pesquisa evidencia que as parlendas, assim como outros textos que se sabe de cor, se aproximam do universo infantil e proporcionam aprendizagem lúdica, se mostrando úteis para o desenvolvimento das consciências fonológicas em diferentes níveis, contribuindo para o avanço das hipóteses de escrita, desde a fase pré-silábica; tais textos também proporcionam a ampliação do repertório cultural dos estudantes, valorizando a cultura popular, e potencializam a compreensão das funções que a escrita exerce na sociedade.