Esse estudo parte da seguinte indagação: as Instituições de Ensino Superior (IES), como espaço de conhecimento são lugares para todos os públicos e corpos? Mediante a esse questionamento, objetivamos analisar as questões relativas ao acesso e permanência de pessoas trans e travestis nas universidades públicas, através de três fatores: o papel do Estado na elaboração de políticas públicas, a grade curricular e a formação continuada de professores/as. Como aporte teórico-metodológico optamos pela pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, dialogando com autores(as) da área da Educação, como: Freire (2021), Passos (2022), Fiorini (2020), Tonet (2011), Imbernón (2010), Viana et al (2022), Silva (2013), Sacristán (2000), entre outros(as). O acesso ao conhecimento é historicamente atravessado por questões sociais, políticas e culturais, é necessário, portanto, problematizar quais circunstâncias confluem para que grupos como de pessoas trans e travestis sejam minoritárias nos espaços de ensino superior. O Estado, incumbido de desenvolver políticas que deem aos funcionários das IES, programas direcionados à formação continuada que possibilite uma prática mais inclusiva e humanizada, principalmente no que tange aos currículos que permeiam o processo de ensino nas universidades. Tecer os possíveis fios condutores que coadunam para a evasão das pessoas trans e travestis nas IES é um trabalho difícil, mas crucial para as pesquisas acerca dos sujeitos marginalizados. Essas reflexões nos permitirá identificar a necessidade da formação continuada, o papel do Estado e a constituição de currículos mais inclusivos para que diferentes corpos(as) que adentram as IES se sintam parte delas, além disso, esperamos que esse escrito contribua também para enriquecer a literatura sobre gênero e educação.