Ler, escrever e desenvolver outras formas de linguagem de maneira emancipada torna-se cada vez mais necessário diante das diversas demandas que a sociedade apresenta. À vista disso, a escola, como uma das principais agências de letramento, precisa proporcionar ao estudante um processo de ensino-aprendizagem que contemple práticas sociais de leitura e escrita. Nesse sentido, os projetos de letramento (PL) representam uma alternativa didática que contribui para ressignificação da prática docente e oportuniza que o educando reflita criticamente sobre o que lê e escreve a partir da vivência com gêneros que circulam socialmente. Diante disso, este artigo objetiva discorrer e refletir sobre a relevância dos projetos de letramento na Educação Básica. Para tanto, apresenta um recorte de uma dissertação de mestrado que se propôs a investigar os impactos dos PL no ensino de escrita no contexto escolar. Durante o projeto, os alunos participantes vivenciaram diferentes gêneros discursivos, como convite, carta de solicitação, palestras, panfleto, cartaz, dentre outros, que emergiram em decorrência das necessidades de uso nos eventos de letramento. Teoricamente, no que concerne aos Estudos de Letramento, este trabalho ancora-se nas pesquisas de Araujo (2020, 2021 e 2023), Kleiman (1995, 2000, 2002 e 2016), Oliveira, Santos e Tinoco (2011), Oliveira (2016) e Santos-Marques (2016). Em termos metodológicos, insere-se no âmbito da Linguística Aplicada e enquadra-se no paradigma qualitativo-interpretativista (Moita Lopes, 1996). Os resultados revelam que os PL atuam como dispositivos didáticos que potencializam o ensino da escrita e contribuem para que os estudantes leiam e escrevam de maneira situada e processual, com vistas a atender a diferentes propósitos comunicativos e refletir sobre a relevância que essas práticas de linguagem têm em suas vidas. Os projetos de letramento são, portanto, uma alternativa didática que impacta não somente na maneira como os estudantes aprendem os gêneros, mas na prática do professor.