A academia se constitui como um espaço de disputa de poderes e, neste sentido, saberes fora do eixo europeu são, em geral, inferiorizados, subalternizados e, portanto, excluídos das ciências, bem como, das escolas, currículos escolares, práticas pedagógicas, dentre outros. As universidades, como outras instituições sociais, reproduzem as lógicas de dominação modernas/coloniais, dentre estas a ideologia do racismo, presente na sociedade brasileira. Esta pesquisa investiga a produção científica sobre raça em dois Programas de Pós-Graduação sediados nas maiores universidade do Estado do Maranhão e do Piauí, respectivamente, na Universidade Federal do Maranhão e na Universidade Federal do Piauí e como estes têm contribuído para a construção de outras epistemologias, assentadas na crítica à Modernidade, Colonialidade e Sistema Mundo. No aspecto metodológico trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza qualitativa, realizou-se uma busca nos currículos lattes de dois docentes (um de cada programa) que investigam raça nos referidos programas. Para tanto, realiza diálogo com Asante (2009); Boakari (2019; 2022); Gonzalez (2020); Kilomba (2019); Machado (2018;2023); Mazama (2009); Sousa (2023). Como resultado da pesquisa, foi possível constatar que a produção de pesquisas envolvendo a temática racial nos programas de pós-graduação mencionados têm construído discussões sobre epistemologias outras, reinventando modos de pesquisar e fazer ciências na área da Educação, em que se valorizam saberes, narrativas, experiências, teorias e conhecimentos elaborados e produzidos pela população afrodescendente.