A curricularização da extensão atende ao princípio constitucional da indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão, mas também representa um viés da indispensável e necessária conexão da universidade com a sociedade, na medida em que aquela busca formar profissionais vocacionados para a cidadania. A extensão proporciona ao discente apropriar-se do papel de protagonista de sua formação técnica e de sua formação cidadã, através de um processo de desenvolvimento de competências necessárias à atuação profissional. A atuação junto à comunidade desperta no discente o reconhecimento de sua função de agente de transformação social e garantidor de direitos e deveres. Embora sempre tenha sido um dos três pilares sobre os quais se pauta a universidade, a extensão era relegada a segundo plano, tendo sido revalorizada e elevada ao patamar de essencial para um projeto de universidade e de sociedade com a Resolução CNE/CES nº 7/2018, que a tornou obrigatória, viabilizando a construção de um processo interdisciplinar que visa a formação integral do aluno, capaz de promover a atuação a partir de demandas sócio-comunitárias, para alcançar o enfrentamento de questões sociais. A pesquisa foi desenvolvida a partir de entrevista semiestruturada realizada com dez alunos de uma IES particular de Fortaleza, que já cursaram a disciplina extensionista de Direitos Humanos, buscando identificar a contribuição do trabalho desenvolvido para as demandas da comunidade. A pesquisa apresenta abordagem qualitativa e objetivos exploratórios, a partir do método hipotético-dedutivo, interpretando-se os dados obtidos a partir das experiências pedagógicas. No caso da disciplina de Direitos Humanos no curso de Direito, cujo objetivo é estudar a teoria e os sistemas de proteção internacional de direitos humanos, com vistas a analisar o contexto de grupos de vulneráveis, a curricularização permite identificar dados de violações de direitos humanos em um determinado entorno, além da representatividade de grupos sociais na comunidade impactada.