O presente trabalho objetiva apresentar o contexto histórico, social e as principais características da pedagogia decolonial, proposta educacional surgida na América Latina na década de 1990 e início dos anos 2000. Suas raízes fincam-se nos múltiplos modos de ser, viver e pensar do território de Abya Yala (nome original dado pelos nativos à América Latina), em contraponto ao modelo único e universal produzido e imposto pela modernidade europeia ao restante do mundo. Justifica-se a importância do estudo da pedagogia decolonial e de suas possibilidades de prática, uma vez que é uma teoria e ação que valoriza os conhecimentos de inúmeros povos originários, dos movimentos sociais, dos saberes das periferias, dentre outros, ao mesmo tempo que não exclui o diálogo com o currículo tradicionalmente estudado da educação básica. A partir da noção de decolonialidade, busca romper com o padrão colonial de pensamento baseado na razão universal, ampliando as possibilidades de saber através dos sentimentos, dos afetos, do corpo e da experiência vivida. Utilizando uma metodologia bibliográfica, ancorada principalmente em obras de Catherine Walsh e Vera Maria Candau, busca-se pensar uma proposta de pedagogia que busque uma educação mais democrática, plural e emancipadora, alicerçada na pedagogia decolonial, como possibilidade de enfrentar alguns dos problemas educacionais que vivenciamos em nossa educação brasileira atual.