Em plena era digital, as discussões sobre os efeitos do consumo de telas por crianças se fazem cada vez mais presentes e necessárias. Este relato discorre sobre um projeto de extensão desenvolvido por licenciandos da disciplina Projeto Integrador I em uma escola municipal de Educação Infantil (EI) – creche, em Bragança Paulista/SP, que apresentou como demanda a necessidade do resgate de brincadeiras antigas, como incentivo ao brincar e à interação social, e como alternativa ao excesso de interação digital cada vez mais comuns na primeira infância. Inicialmente, realizou-se o estudo dos principais documentos normativos da EI, de trabalhos relacionados à demanda/tema, e de características da escola e seu entorno. No planejamento das práticas pedagógicas contemplou-se os direitos de aprendizagem e a intercomplementaridade de Campos de Experiência (BNCC). Foram apresentadas às crianças diversas cantigas de rodas, a exemplo de “Ciranda, cirandinha”, “Peixe vivo” e “A canoa virou”, e em seguida a cada uma, realizadas atividades práticas, lúdicas e interativas que exploravam o contexto da cantiga com diferentes recursos: violão, peixes e caranguejos coloridos, dentre outros. Observou-se grande envolvimento e interação das crianças à medida que eram envolvidas nas rimas e ritmos, e que podiam manusear os recursos pedagógicos utilizados nas atividades. Como produto educacional do projeto, o grupo confeccionou para a escola e para os pais das crianças um Almanaque, com sugestões e instruções de Brincadeiras Antigas e Cantigas de Roda para que possam brincar com as crianças em casa. Como licenciandas em formação, foi enriquecedor vivenciar a teoria aliada a prática de uma demanda real da escola, agregando aprendizado significativo à nossa trajetória acadêmica e profissional.