A presente pesquisa se propôs a analisar as concepções docentes sobre o currículo que regem a prática em sala de aula e cultivam a cultura da Educação Básica brasileira, com o foco na Educação Infantil. Partiu-se da seguinte pergunta que direcionou a pesquisa: quais são as perspectivas docentes sobre o currículo no que diz respeito à valorização do potencial criativo infantil e sua aplicação em sala de aula? A relevância deste projeto se dá pela necessidade identificada em Almeida e Cardoso (2023) de aprofundar a pesquisa a respeito da criatividade infantil no contexto escolar. Partiu-se, portanto, do pressuposto de que as Diretrizes Curriculares ainda carecem de uma concepção ampliada sobre o potencial criativo infantil e sua promoção efetiva na prática escolar. Ademais, baseando-se em Libâneo, Oliveira e Toshi (2012), considera-se que, para além do currículo formal, são as percepções pedagógicas e a interpretação de cada professor sobre estes documentos que configuram a prática em sala de aula e constituem o currículo real. Em virtude da polissemia do conceito de criatividade, teóricos como Vygotsky e Dewey constituíram base referencial no processo investigativo, e também outros importantes nomes que contribuíram para o avanço da pesquisa como: Martínez (2002), Alencar e Fleith (2003), Oliveira e Alencar (2012), Farias (2020), Vickery (2016), Barbosa (2007) e Cardoso (2021). Em prol de atingir o objetivo proposto, a metodologia de pesquisa apresentou uma abordagem qualitativa por meio da realização de entrevistas semiestruturadas com professores e coordenadores de escolas públicas e particulares na cidade de Brasília, Distrito Federal, perspectivando compreender de que modo o currículo formal e suas implicações sobre o potencial criativo é interpretado pela equipe docente e aplicado no chão da escola.