A discalculia é um transtorno específico de aprendizagem em Matemática, comumente confundida com dificuldade de aprendizagem nesta disciplina. Aqui apresentaremos um recorte de uma dissertação de mestrado, em andamento, que tem por objetivo investigar como acontecem as vivências de indivíduos com discalculia antes, durante e depois do processo de diagnóstico, nos espaços escolares e não escolares. Para tanto, realizamos sete entrevistas semi-estruturadas de maneira individual com três crianças com discalculia, suas mães e a psicopedagoga do Grupo de Atendimento Psicopedagógico (GAPSI). No trabalho a ser apresentado no evento, analisaremos excertos de duas entrevistas, de uma mãe e da filha, a fim de discutir a relação filha-mãe-escola-cotidiano. Como metodologia utilizamos a Pesquisa Narrativa de cunho qualitativo inspirada em Clandinin e Connelly (2011), pois contempla o subjetivo, a produção de dados, as entrevistas e as análises. Como considerações parciais, compreendemos que a discalculia sem o acompanhamento de profissionais, familiares e amigos pode ser agravante e desencadeador de inseguranças que podem acarretar timidez e baixa autoestima. Nesse sentido, evidenciamos a importância do atendimento do psicopedagogo no contraturno para chegar no diagnóstico, seja ele de dificuldade de aprendizagem ou de algum transtorno específico, orientando os pais a prosseguirem com o processo, mesmo que demorado. Por fim, há a necessidade de discutir a inclusão escolar em seu sentido mais amplo, o que não se restringe somente ao público assistido pela Educação Especial.