Considerando que já existiu uma língua materna no povo Xukuru do Ororubá (Pesqueira-PE), após o processo de colonização, restaram-lhes apenas vocábulos, termos que simbolizam a luta e resistência perante séculos de massacres, silenciamentos e apagamentos da identidade deste povo. Frente a este contexto e em consonância com os artigos 210 e 231 da Constituição Federal de 1988, o presente estudo tem por finalidade analisar o que restou da língua materna Xukuru, ao longo do desdobramento histórico vivenciado pelo povo, quebrando com a diversidade de preconceito e discriminação. Partido do refletir e valorizar os saberes ancestrais acerca dos vocábulos como instrumento de fortalecimento da identidade étnica. Logo a história de resistência na busca por garantia do direito a viver no território originário, vem aliado a luta pela Educação Específica, Diferenciada e Intercultural, pautada nos ensinamentos dos toypes (velhos), concretizando assim o objetivo da educação escolar indígena, que é formar guerreiros e guerreiras críticos e conscientes de seus diretos e deveres. Ressalta-se que a metodologia precederá por meios qualitativos, baseado no campo exploratório e descritivo, visando os diversos meios de coletas de informações: Pesquisa de campo, observações em sala de aula, entrevistas, questionário aberto e oficinas práticas, contado com a colaboração dos mais velhos do povo e professores/as dos anos finais e médio da Escola Intermediária Monsenhor Olímpio Torres/Indígena Milson e Nilson (EIMOT/INM). Quanto aos saberes catalogados e sistematizados na pesquisa serão compartilhados com os/as docentes indígenas para reflexão e construção de metodologias ativas que colaborem com a efetivação de uma educação escolar antirracista, comprometida com a circularidade dos saberes ancestrais, no Bem Viver, pautando-se na territorialização étnica, geográfica e identitária dos/as alunos/as Xukuru do Ororubá.