O presente estudo aborda questões sobre a educação em países caracterizados pelo capitalismo dependente, com foco no contexto brasileiro. A análise faz parte da construção do projeto de pesquisa de mestrado, que objetiva investigar a percepção dos estudantes de uma Escola Técnica Estadual em Pernambuco sobre a implementação do Novo Ensino Médio Integrado, e pretende situar a reforma do Ensino Médio no contexto global de transformações do sistema produtivo e de acumulação do capital. Trata-se de uma pesquisa de abordagem exploratória, de caráter qualitativo, ancorada no materialismo histórico dialético. Tem como base teórica a contribuição de Saviani (2007), Fernandes (1975), Oliveira (2003), Ramos (2014), entre outros autores que abordam a temática. O estudo inicia-se com uma análise histórica da formação do Estado brasileiro, destacando as origens coloniais do país. São apresentadas as transformações sociais e econômicas que influenciaram a educação, desde a independência até os tempos contemporâneos, evidenciando a exploração econômica e social, que perpetuou estruturas desiguais e marginalizou grupos populacionais. O estudo aborda ainda características do processo de industrialização do Brasil, que, sendo tardio e subordinado a interesses estrangeiros, contribuiu para o aprofundamento da dualidade educacional, com um sistema voltado para as classes dirigentes e outro para a classe trabalhadora. Diante desse panorama, o estudo conclui que a educação, como parte integrante do sistema global de estruturação do capitalismo, não opera isoladamente, mas em conjunto com outras instituições, desempenhando um papel fundamental tanto na transformação quanto na perpetuação e legitimação da ordem dominante. Em países de capitalismo dependente, entende-se que a intencionalidade social da escola se volta principalmente à preparação do indivíduo para se adequar ao projeto hegemônico em vigor, em detrimento da promoção de uma sociedade autônoma e emancipada.